QUEM SOMOS, ONDE ESTAMOS E O QUE QUEREMOS:

diálogos com comunidades campesinas do semiárido mineiro, médio Vale do Jequitinhonha

Autores

  • Kaíque Mesquita Cardoso IFNMG - Araçuaí
  • Fabiano Rosa de Magalhães
  • Aneuzimira Caldeira Souza
  • Paloma Silva Oliveira

DOI:

https://doi.org/10.56386/2764-300X202166

Palavras-chave:

indígenas, água, juventude rural, educação do campo

Resumo

O Vale do Jequitinhonha possui um histórico de resistência das comunidades tradicionais, com a luta pela superação dos estigmas de vale da pobreza e miséria, os quais foram fatores preponderantes na constituição de uma identidade cultural e regional dos territórios e dos povos originários da região. O Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) está inserido neste contexto com a missão de formar cidadãos por meio da educação profissional, científica e tecnológica, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico. O Núcleo de Estudos e Pesquisas Rurais (NEPRU) funciona como uma extensão da instituição, no levantamento de problemáticas das populações campesinas, e nos estudos de estratégias que as superem. Objetivou-se neste estudo identificar propostas de lutas e anseios das comunidades campesinas no entorno do município de Araçuaí que participaram dos encontros promovidos pelo NEPRU do IFNMG, e caracterizá-las sob o contexto sociopolítico. Utilizou-se o método observação participante. Gravaram-se as falas sistematizadas e submeteram-nas à análise de conteúdo para extração de temas centrais. A representação gráfica por meio do método de nuvem de palavras foi utilizada para interpretação dos dados. Os assuntos mais discutidos são temas relacionados a “mulheres”, “comunidade”, “campo” e “quilombola”. Os saberes tradicionais transmitidos e acumulados em várias gerações estão associados aos recursos naturais e ao uso da paisagem pelas comunidades, que muitas vezes reconhecem na agroecologia um caminho para a produção de alimentos de forma saudável. As comunidades tradicionais do Vale do Jequitinhonha vivem conflitos pautados na apropriação de territórios, projetos de monocultura do eucalipto e de usinas hidrelétricas.

Publicado

2021-10-04